terça-feira, 8 de julho de 2008

Budweiser brasileira "seria uma vergonha", diz Obama .

"Seria uma vergonha" a multinacional belgo-brasileira InBev comprar a cervejaria Anheuser-Busch, fabricante da cerveja mais popular dos Estados Unidos, a Budweiser. É o que disse hoje Barack Obama, em parada em St. Louis, no Missouri. A companhia comandada por Carlos Brito fez uma oferta hostil à empresa baseada naquela cidade --e as negociações vêm causando polêmica entre os locais.

Há desde rompantes de patriotismo à preocupação com fechamento de fábricas e de vagas. Durante parada de emergência ali, o candidato democrata respondeu a pergunta sobre o assunto. "Isso faz parte do sistema de livre mercado", disse ele. "Eu acho que seria uma vergonha se a Bud fosse de um proprietário estrangeiro. E eu acho que nós deveríamos conseguir achar uma companhia americana que está interessada em comprar a Anheuser-Busch, se, de fato, a Anheuser-Busch acha que a [sua] venda é necessária".

Obama discursa para a platéia que mais cobiça hoje em dia, o operário branco de pouca instrução, que teme que uma abertura maior da economia americana --que já é uma das mais abertas do mundo-- custe ainda mais empregos de mão de obra pouco qualificada. Ele sabe que não há companhias norte-americanas interessadas em comprar a Bud e que só o fato de uma provável nova proprietária ser norte-americana não seria garantia de que todas as fábricas e todos os empregos fossem mantidos.

Ironia do destino: ele estava parado lá por conta de uma pane em seu avião de campanha, um MD80. O avião que passou a usar no resto do dia foi um EMB 145 -- da brasileira Embraer...

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Entre as tarduções de "shame", palavra usada por Obama na frase, estão "vergonha" e "pena".

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Vale lembrar que a mulher de John McCain, Cindy, é uma das principais acionistas da Anheuser-Busch, com US$ 1 milhão em ações no final do ano passado. Ou seja, de certa maneira torta, a cervejaria funciona como ponto de encontro dessa campanha entre o democrata, o republicano e o Brasil...

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Vale lembrar ainda que Hillary Clinton também teve manifestações de nacionalismo explícito durante as primárias, como você leu aqui, quando ela reclamou da compra de uma empresa americana pela brasileira JBS-Friboi.

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